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Mudanças de hábitos costumam parecer desafiadoras, desconfortáveis e, por vezes, assustadoras. De fato, a parte mais complexa de modificar determinados padrões e comportamentos é a decisão, seguida do esforço até a aplicação prática. Quando esse processo flui, no entanto, enormes revoluções podem acontecer.

No livro “O Poder do Hábito”, o jornalista Charles Duhigg enfatiza o quanto mesmo as menores alterações de hábitos nocivos são capazes de modificar profundamente a vida de pessoas e empresas. Isso porque, uma vez virada a chave, o “efeito borboleta” é extremamente poderoso. Um hábito ruim trocado por outro melhor tende a agregar inúmeras transformações benéficas.

O mais interessante? Quando o mecanismo de modificação de hábitos é dominado, este pode ser aplicado para praticamente qualquer padrão que se deseje modificar. Desde escolhas relacionadas à alimentação, até a gestão de processos em uma organização.

Abaixo, aprofundaremos um pouco mais o tema. Siga a leitura para conferir os insights.

Quais são os mecanismos por trás das mudanças de hábitos?

Você já experimentou conduzir a si mesmo(a) a seguinte pergunta filosófica diante de um hábito prejudicial: por que eu estou fazendo isso? Experimente. Esse é o primeiro passo para identificar como modificar um hábito. Antes de mais nada, você necessita compreender o que está por trás do hábito que deseja modificar.

O porquê, essencialmente, é o que podemos chamar de gatilho do hábito. A título de ilustração, imagine que você criou o hábito de comer um doce diariamente, durante o expediente da tarde no seu trabalho. Agora, quer modificar esse padrão, pois sabe que o doce lhe faz mal.

A etapa inicial é compreender o porquê. Seria o doce uma gratificação? Você costuma sentir-se entediado(a) nesse horário? Ao identificar o real motivo, você pode atuar sobre ele e passar a implementar uma nova rotina. Quando a sensação se aproximar, você pode dar uma volta no escritório, conversar com um colega ou mesmo comer uma fruta.

Parece simplista, mas na verdade não é. O trabalho mais profundo é perceber o que construiu seu hábito, mergulhar em um real processo de autoanálise e autoconhecimento. Semelhante lógica se aplica a uma empresa: ao identificar, por exemplo, os mecanismos que prejudicam determinados processos, pode-se modificá-los.

Por que mudanças de hábitos são poderosas?

Porque, ainda que mudar um hábito possa ser extremamente difícil, seu potencial de impacto é capaz de verdadeiramente modificar a vida de uma pessoa ou os lucros de uma organização. Mesmo a partir de questões ridiculamente simples.

Digamos que você identificou que seus colaboradores costumam chegar de mau-humor ao trabalho, pois o trânsito da cidade anda infernal. Você decide, então, criar uma rotina que possa ajudar a melhorar seu ânimo – chegando ao escritório e dando “bom dia” e um sorriso alegre a todos, de modo que isso vire um novo hábito.

O potencial de uma ação assim não pode ser medido em números, mas certamente pode se refletir na produtividade e, por consequência, na motivação e resultados da equipe. O bom humor tende a gerar um “efeito cascata”, talvez mais colaboradores se sintam engajados a fomentar a generosidade, tornando o ambiente alegre.

Em seus estudos para o livro, Charles Duhigg identificou o seguinte: assim como um hábito prejudicial conduz a outro, um hábito positivo conduz a outros. Ao implementar o hábito de fazer meditação e perceber seus benefícios, por exemplo, uma pessoa tende a se sentir motivada também a buscar uma alimentação melhor, praticar outrasatividades físicas, dormir cedo…

Um hábito leva a outro. Portanto, vigie os seus e, diante da percepção de uma necessidade de mudança, não hesite em começar!

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