O conceito de biofilia encontra no mercado de trabalho abrangentes oportunidades de aplicabilidade. Afinal, é justamente nos espaços corporativos que a maioria das pessoas passa grande parte do dia. Repensar tais ambientes sob a perspectiva de ampliar o contato com a natureza, portanto, pode trazer resultados até em produtividade.
A palavra biofilia abraça mais do que a simples noção de inserir uma planta verde em cima da mesa ou na salinha de reuniões. Ela diz respeito à dimensão do impacto que o contato do ser humano com sua verdadeira essência, suas raízes, possui em sua saúde física e mental.
Por isso, nesta matéria , aprofundaremos brevemente o conceito e abordaremos algumas evidências recentes que respaldam as vantagens de repensar ambientes corporativos com foco no verde. Além, claro, dos benefícios oferecidos à saúde física e mental de colaboradores.
Siga a leitura e confira os principais insights.
O que é biofilia? Um mergulho no conceito
Biofilia é um conceito cada vez mais utilizado no meio arquitetônico, mas seu significado é ainda mais amplo. Conforme a definição do dicionário, a tradução mais literal do termo corresponde a “amor à vida”, também associada a um instinto de autopreservação por meio do contato aproximado com a natureza.
O chamado design biofílico nos espaços corporativos, portanto, parte da premissa da utilização de materiais, recursos e tecnologias mais sustentáveis. Também engloba a ideia da organização de espaços para que colaboradores possam ver árvores, respirar um ar mais puro, descansar ou mesmo meditar por alguns minutos.
A palavra cunhada pelo biólogo Edward Osborne Wilson em 1984 promove, essencialmente, a ideia de um retorno ao contato do homem com elementos vivos e naturais. Pode até parecer abstrato pensar em biofilia como recurso na gestão de pessoas, mas a verdade é que os espaços de trabalho possuem extrema influência na produtividade e na saúde das pessoas que o habitam.
Quando o assunto é saúde mental dos colaboradores, de fato, é preciso pensar em estratégias – especialmente a nível Brasil. A Organização Mundial de Saúde já apontou que a população brasileira é a mais estressada e ansiosa da América Latina. A depressão já afeta cerca de 5,5% da população – maior percentual entre os países latino-americanos.
Poderia a biofilia ser um dos antídotos a esse cenário triste?
Benefícios do contato com o verde à saúde física e mental
A observação de que a proximidade do verde afeta o organismo humano não é apenas de cunho empírico. Um recente estudo conduzido na Universidade de Exeter analisou dados de saúde e estilo de vida de cerca de 20 mil pessoas na Inglaterra, buscando identificar se estar em meio à natureza durante a rotina teria impacto em sua saúde física e emocional.
Os resultados parecem respaldar a sensação de que ambientes arborizados e verdes realmente produzem impacto positivo na saúde. As evidências sinalizaram: pessoas que passaram pelo menos 120 minutos por semana em áreas verdes estiveram significativamente menos propensas a ter doenças e apresentaram maior bem-estar psicológico.
Cientistas detectaram, inclusive, que tais benefícios foram observados tanto em pessoas que passarem os 120 minutos diretamente no verde, quanto naquelas que aproveitaram o tempo em intervalos espaçados. Ou seja: mesmo que seja por poucos minutos diários, de forma cumulativa, os efeitos são benéficos.
Naturalmente que ainda há muito mais a ser estudado quando o assunto é biofilia. Porém, em organizações com valores pautados pelo bem-estar e pela qualidade de vida de seus parceiros e colaboradores, conhecer o conceito e procurar alternativas de aplicabilidade a ele faz sentido.
Uma corporação bem-sucedida depende de pessoas felizes e sadias. A natureza, ao que tudo indica, pode ajudar.
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