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Identificar como desacelerar a mente é tarefa decisiva para o sucesso – não apenas a nível profissional, mas também pessoal. A habilidade de manter um estado interno de calma simboliza um diferencial capaz de ajudar seres humanos a tomarem decisões mais sábias e assertivas.

No entanto, talvez o maior desafio no domínio mental seja, justamente, aceitar que a mente precisa ser freada. Em um sistema pautado pela produtividade e o consumo, vende-se a ideia contrária: se o indivíduo cessar o processo de produzir/pensar ininterruptamente, está fadado ao fracasso. Será mesmo?

Neste artigo, aprofundaremos um pouco mais o assunto e traremos alguns insights sobre como atingir um estado de maior plenitude mental para discernir melhor.

Desacelerar a mente é também questão de saúde

A ideia de que manter a mente “ligada” na maior parte do dia é correta está, na verdade, equivocada. A neurocientista Barbara Oakley identificou em suas pesquisas que, quando a mente se encontra em um processo de sobrecarga cognitiva, não há espaço disponível para a boa execução de uma tarefa, nem mesmo para que a memória funcione bem.

O processo de não dar descanso à mente é, portanto, essencialmente contraprodutivo e prejudicial à capacidade de discernir com eficiência. Espaços de pausa na rotina são fundamentais para estimular a calma, a serenidade e a clareza para tomar decisões. Parar é importante.

Tal mecanismo de sobrecarga neurológica muito provavelmente também está por trás dos altíssimos níveis da Síndrome de Burnout – que já atinge 30% da população no Brasil. Em sua obra “Sociedade do Cansaço”, o filósofoByung-chul Han teoriza sobre o assunto, afirmando que o excesso de atividade mental está levando os indivíduos a um movimento de autoexploração.

Conforme o autor, desde a chegada e ascensão das tecnologias digitais, o indivíduo moderno – chamado por ele de “sujeito do desempenho” – tem se deparado com um desafio: se permitir parar de trabalhar, relaxar a mente e se desconectar. Nas palavras dele:

“O sujeito de desempenho é senhor e soberano de si mesmo (…) se entrega à liberdade coercitiva de maximizar seu desempenho, que agudiza-se numa autoexploração. O explorador é, ao mesmo tempo, o explorado (…). Os adoecimentos psíquico da sociedade de desempenho são precisamente as manifestações patológicas dessa liberdade paradoxal”.

Quais as melhores estratégias para desacelerar a mente?

Não existe resposta pronta para essa questão. A realidade é que as estratégias mais eficientes podem variar de pessoa para a pessoa. Hoje, a ciência já demonstrou que sessões de meditação ajudam a silenciar o barulho dos pensamentos, permitindo mais centramento e capacidade de discernimento.

A mente não pode ser silenciada através da mente, mas sim através da respiração”, diz a sentença atribuída ao mestre iogue Yogananda. Portanto, até mesmo exercícios respiratórios simples (como fechar os olhos e respirar fundo por 5 ou 10 minutos), já podem aquietar os pensamentos.

Outras práticas “calmantes”, como Yoga, leitura, ou mesmo uma caminhada contemplativa podem funcionar também. O importante é começar se permitindo parar e, a partir daí, identificar de que formas a sua mente pode se colocar em um estado de maior quietude e paz.

 Os reflexos, sem dúvidas, vão aparecer em seu trabalho – e sua vida de forma geral.

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