Podemos descrever o desempenho excelente como resultado um cálculo simples, que soma conhecimento, força e emoção
Todos ambicionam excelência profissional, mas na realidade são poucos aqueles de fato trabalham no sentido de seus recursos físicos e psíquicos para canalizar seus potenciais na conquista de uma meta individual ou coletiva.
Podemos encontrar grandes exemplos de alto desempenho e seus resultados no esporte. Vamos falar do futebol. O que, em sua opinião, leva um time a superar outras equipes tecnicamente tão preparadas quanto? Quais fatores, além de conhecimento técnico, podem ser decisivos para a vitória ou para colocar tudo a perder? Se respondeu estado emocional e motivação você está “pegando o espírito” do que pretendemos explicar.
Difícil não trazer à tona um episódio do qual todos nos lembramos. A derrota da seleção brasileira para a Alemanha na Copa de 2014, com o praticamente impensável resultado de sete gols contra um. Durante a partida, foi nítida a falta de coesão do nosso time, reconhecido pela concentração de grandes talentos individuais – mas que naquele momento específico não souberam ou não foram devidamente conduzidos a direcionarem seus esforços de forma eficaz para o grupo. Claro, sabemos que havia toda espécie de pressão sobre os rapazes, além de terem sofrido o abalo emocional da ausência em campo do principal atacante, que estava lesionado. Mas o que queremos evidenciar é o desmantelamento da equipe diante de uma sucessão de adversidades. Todos que assistiram ao jogo concordam que equipe parecia perdida, sem objetivo nem ação coordenada em campo. Ficaram paralisados diante do ataque adversário. Não havia “alma”, energia, motivação.
Logo, podemos descrever a alta performance como resultado de uma equação simples, que soma conhecimento, força e emoção. O conhecimento é a qualidade técnica propriamente dita, adquirida e aprimorada com treino, estudo, experiência. É imprescindível aos líderes e desejável em todos os membros da equipe. No entanto, ter o conhecimento é diferente de saber quando e como aplicá-lo. Aí passamos para o fator seguinte da equação, a força.
“Faculdade de operar, de executar, de mover”. Essa é uma das definições da palavra “força” no dicionário. Ela traz a ideia de movimento constante, no sentido de atingir um objetivo ou destino. É motivação, no sentido de termos, literalmente, um motivo claro para o qual direcionamos nossos esforços físicos e mentais. É o que torna possível a superação e a não desistência. A motivação traz embutido a antecipação prazerosa de uma vitória. Naturalmente ficamos ansiosos e cheios de expectativas diante da possibilidade de lutar e conquistar o que é importante para nós, e assim passamos para o último item da nossa equação: a emoção.
Emoções e as maneiras como lidamos com elas são decisivas para manter nossa constância em direção a um objetivo. Elas alimentam pensamentos e consequentemente comportamentos. A todo tempo interpretamos situações e contextos influenciados por emoções momentâneas e não nos damos conta disso. Um bom trabalho de coaching ou de aconselhamento psicológico, seja no esporte ou nas organizações empresarias, confere atenção especial a esse fator da equação, elaborando-o em nível individual e coletivo.
Nos próximos artigos, vamos abordar o fator emoção mais profundamente. Por agora, propomos uma reflexão: você está dando o devido peso para os três fatores da equação de alta performance? Que tal começar a trabalhar cada um deles e buscar o seu melhor resultado?
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