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Este texto é uma continuação do artigo A equação da alta performance.

Mudar pensamentos e comportamentos que nos prejudicam passa necessariamente por ressignificar experiências iniciais que moldaram as maneiras como lidamos com as emoções

As emoções são universais. Estão presentes em todas as culturas: raiva, medo, tristeza, alegria, repulsa – citando as emoções básicas reconhecidas pela psicologia cognitiva e pela neurociência.

A todo tempo sentimos emoções de forma complexa. Elas podem ser desencadeadas por estímulos externos (uma pessoa que trata você com grosseria ou a ligação de alguém que você ama em uma hora inesperada do dia, por exemplo) ou internos, como nossas memórias.

Imagine a seguinte situação, comum na vida profissional: uma pessoa interrompe sua fala várias vezes, não o deixando falar. Certamente você sentirá algo parecido com raiva. Podemos dizer que todas as pessoas comuns expostas a essa situação sentiriam. No entanto, e esse o ponto que de fato interessa para nós, cada indivíduo terá uma resposta única e diferente a essa emoção, baseada em seu repertório interno. Em outras palavras, sentir a emoção é comum a todos, mas a forma com que lidamos com ela é muito pessoal. E é justamente o repertório interno que permitirá a uma pessoa interpretar adequadamente a emoção que está sentindo e responder devidamente a ela.

Aprender a lidar com emoções é crucial para nosso desenvolvimento em todos os campos da vida. Anteriormente, falamos aqui no blog sobre a “equação de alta performance” – uma expressão que usamos para explicar didaticamente os fatores envolvidos na conquista de um objetivo. Em resumo: conhecimento, força e emoção. Muitas vezes negligenciada, a emoção é fator-chave nessa equação: pode ser paralisadora ou mola propulsora. Em outras palavras, é nossa conscientização que dará o direcionamento adequado para a emoção.

E como emoção e consciência podem trabalhar juntas? Por meio do autoconhecimento, seguramente não há outro caminho. A psicanálise, por exemplo, propõe um retorno às memórias, em especial da infância, para que possamos observar como desenvolvemos, inconscientemente, nossos padrões para lidarmos com as emoções, em especial as negativas. Essas “fôrmas” foram desenvolvidas geralmente com as primeiras experiências da infância e estão fortemente impressas em nossa mente: elas direcionam nossa percepção de mundo e das relações.

Mudar pensamentos e comportamentos que nos prejudicam passa necessariamente por ressignificar essas experiências iniciais e reconhecer que existem outras maneiras de lidar com as emoções além das únicas que conhecemos.

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