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Quais serão as habilidades do futuro mais requeridas entre colaboradores e empresários? Trata-se de um questionamento pertinente e extremamente urgente, considerando a velocidade de transformação de processos, cargos e rotinas impulsionada pela ascensão digital. E a resposta é paradoxal.

A imersão tecnológica e automação de processos, ao mesmo tempo em que assusta pela substituição de pessoas por máquinas e computadores, também demonstra uma tendência positiva de retorno à valorização das habilidades humanas mais insubstituíveis. Ou seja: competências como criatividade, capacidade de inovação, integridade e abertura ao novo estão na mira.

Não se trata apenas de uma observação empírica. Ela é sustentada por diversas pesquisas recentes publicadas pelo Fórum Econômico Mundial, IBM e Harvard Business Review. É sobre elas que vamos falar neste artigo.

Siga a leitura para conferir em detalhes.

Quais serão as habilidades do futuro, afinal?

Segundo reportagem publicada pela Harvard Business Review, as estimativas apontam que até 2020 entre cinco e 10 milhões de empregos já serão substituídos pela automação. Conforme dados reportados pela BBC, até 2030 serão mais de 800 milhões de cargos extintos.

O que leva ao próximo ponto: então, quais habilidades humanas serão imprescindíveis neste “admirável mundo novo?”. Alguns cenários já estão sendo desenhados.

Em uma pesquisa conduzida com 1500 CEOs de empresas de 33 diferentes segmentos distribuídas em 60 países, a IBM descobriu que para 60% dos empresários a CRIATIVIDADE simboliza uma das competências mais valiosas. Em seguida, foram mencionadas INTEGRIDADE; GLOBAL THINKING ou “PENSAMENTO GLOBAL”; INFLUÊNCIA e ABERTURA.

Não foi apenas no levantamento da IBM que a criatividade apareceu como uma das habilidades na mira do futuro neste século. O Fórum Econômico Mundial identificou que até 2022 as três principais habilidades do futuro vão ser: Pensamento analítico e capacidade de inovação; Capacidade/vontade de aprender; Criatividade, originalidade e iniciativa.

Aqui, é interessante verificar um contraponto. Nas últimas décadas, em pesquisas do Fórum, a criatividade aparecia sempre após a décima posição no ranking das mais requisitadas. No contexto atual, tornou-se extremamente valiosa.

Vale a pena questionar: por quê?

A importância do potencial criativo no contexto do mercado de trabalho

Se a tecnologia por um lado simplificou o mundo, por outro o tornou ainda mais complexo. Conforme expõe o filósofo Mario Sergio Cortella no livro “Por que Fazemos o Que Fazemos?”, assim como o homem faz o trabalho, o trabalho também o faz.

Ele é uma contribuição para a construção de um “eu”, que se coloca em sua obra através das atividades que realiza diariamente. Daí, pode-se ter dimensão da verdadeira disrupção ocasionada pela tecnologia, muitas vezes removendo o sentido de “eu realizador” na contribuição do empresário/colaborador.

Talvez por isso a criatividade tenha saltado da décima para a primeira posição nas habilidades essenciais aos profissionais nas próximas décadas. É preciso retomar a essência.

Como disse o artista Michelangelo: “todo o pintor pinta a si mesmo”. A frase resume o futuro do trabalho: não dispensar a tecnologia, mas utilizar do potencial criativo e das habilidades mais intrinsecamente humanas – como integridade, justiça, criatividade e inovação – para fazer bom uso dela.

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