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É por ela que você acorda todas as manhãs, que enfrenta as dificuldades, que insiste e persiste e tenta de novo. É por ela que você faz tudo o que faz. Felicidade é tema de infinitas canções, poemas, livros e mais livros. Mas será que felicidade é o que o senso comum diz, que é um lugar onde você pode chegar um dia, depois de um longo e difícil caminho?

Contentamento

Segundo algumas linhas de pensamento, felicidade é um estado de ser, que envolve satisfação, bem-estar. As filosofias orientais reforçam a importância do contentamento com o que se tem e o que pode vir a ter e ser.

Talvez esse descontentamento permanente do homem moderno se ligue à ideia de não saber exatamente para que serve tudo isso, porque estou aqui, qual é o meu propósito de existência.

Onde está essa felicidade?

O ranking dos países mais felizes ― o Relatório Mundial da Felicidade, criado pela ONU ―, se propõe a “medir” algo tão sutil e subjetivo. E os “segredos” dos povos mais felizes são compartilhados mundo afora.

Fala-se também na ciência da felicidade, com especialistas, disciplinas em grandes instituições, congressos suntuosos para compartilhar a chave do enigma, que todos querem saber.

Felicidade também é tema de um dos cursos mais concorridos da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. As salas ficavam abarrotadas, gente em pé. Nas últimas turmas, mais de mil alunos se inscreveram para assistir às aulas do professor Tal Ben-Shahar, que se utiliza da psicologia positiva para ajudar os estudantes de graduação na busca da realização pessoal. A ideia também virou livro.

Mas como está a felicidade no mundo corporativo?

Digamos que o caminho a ser percorrido é o mesmo, tanto na vida pessoal quanto na profissional. O tema, afinal, permeia os dois campos porque se relaciona com a saúde psíquica.

A sobrevivência psíquica, que é também um dos componentes da sobrevivência humana, se liga à felicidade, que é uma condição para isso acontecer. Diferentes níveis de felicidade são decorrentes do dia a dia das relações humanas e são possíveis, quando se permite o encantamento sobre a diversidade de pessoas que nos rodeiam e como podemos aprender com elas.

Este é um ponto essencial e vem sendo abordado nos estudos mais recentes: a importância do contato com o outro, seja nas relações familiares, pessoais e profissionais mais saudáveis.

Outro ponto a ser considerado é a forma como vemos o trabalho em si. Quando a psique não vai bem, não sentimos prazer no ato de produzir, criar, não há propósito nem direção. O trabalho passa a ser um fardo e não uma oportunidade incrível para se conhecer múltiplas formas de fazer as coisas, trocar ideias, negociar prazos ou caminhos a serem percorridos.

E há boas pistas…

… nessas peças de quebra-cabeças que tentam desvendar a felicidade. É uma questão de garimpar. Emprestamos algumas lições do Prof. Tal Ben-Shahar, de Harvard, e ampliamos os conceitos, com um tempero de simplicidade e conhecimento, para você poder começar a sua transformação:

1- Lembre-se que você é humano. Permita-se sentir tristeza, dor, ansiedade, raiva… Reconhecer é o primeiro passo para reverter qualquer problema. Se há algo a ser trabalhado, admitir que existe esse ponto é começar o processo. Mas, assim que reconhecer esse estado, esqueça-o. Foque toda a atenção nas suas virtudes, no que você tem de bom, e as falhas perderão sua força.

2- Opte pela felicidade. Querer ser feliz é começar a caminhar para a direção certa.

3- Lembre-se do que trouxe felicidade no passado. É o começo do reconhecer-SE. Quando você se conhece melhor, opta pelo que faz você feliz e se sente atraído pelas melhores experiências e soluções.

4- Treino e resiliência. Transforme problemas em desafios, não fuja deles e encare-os com espírito de guerreiro, a postos para cumprir sua tarefa, com honra.

5- Cultive relacionamentos reais (e menos online), conviva com pessoas e permita-se aprender com elas. Ouvir mais que falar é sabedoria.

6- Construa sua felicidade dia a dia. Lembre-se que nosso bem-estar se define pelo que escolhemos focar e por nossa interpretação de eventos externos.

7- Simplifique sua vida, fazendo sempre o melhor, mas dentro do possível. Não preencha sua agenda com tarefas além do seu alcance e disponibilidade. Preserve espaços para a tranquilidade.

8- Mente e corpo andam juntos. Portanto, lembre-se de exercitar ambos regularmente. Atenção à alimentação saudável e ao repouso regenerativo.

9- Lembre-se das boas coisas da vida. Elas existem e estão por todos os lugares e pessoas. Curta a natureza, olhe para o céu, dê atenção a quem estiver com você, desligue o celular e desfrute de uma boa conversa, criando momentos de prazer.

10- Dar felicidade. É a cereja do bolo. Exercite a ajuda verdadeira, esteja junto, leve felicidade para onde for. Quando ajudamos os outros, também ajudamos a nós mesmos.

O trabalho deveria ser um local onde todos esses princípios deveriam ser parte da cultura organizacional e não apenas propósitos escritos em grandes murais. Felizmente, as empresas estão começando a aceitar ferramentas novas e eficientes para atingir esse propósito e você pode ser um agente de mudança no seu ambiente, cobrando que esses princípios sejam incorporados. Comece por você.

Referência:
SANTOS, Osório.
Acaso premeditado: ensaio sobre a consciência e o mistério da vida. 1.ed. São Paulo, SP: Ed. do autor, 2021. Disponível em https://amzn.to/3IdZ58M

Crédito imagem: By Freepik

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