A zona de conforto – se por um lado traz (aparentemente) segurança – flerta com o tédio, a falta de iniciativa, a auto-sabotagem
Você já deve ter ouvido falar em zona de conforto. Uma imagem define bem esse conceito. Pense num círculo pequeno dentro de um maior. Dentro do menor, estão suas rotinas, considerando a riqueza de definições que o dicionário oferece para o termo: “caminho já trilhado ou já sabido”, “hábito de fazer uma coisa sempre do mesmo modo”, “sequência de instruções ou de etapas para realizar uma tarefa ou atividade”. Enfim, enquanto o pequeno círculo circunscreve o que você já conhece, o maior contém caminhos e práticas que você ainda desconhece, ou ainda, que sabe que existem, mas se recusa a percorrer ou tentar por n motivos: o pequeno círculo é seguro (medo); precisa ser agora? (procrastinação); pode dar errado (falta de confiança).
Traçamos pequenos círculos a todo tempo em nossa vida profissional. Eles se mostram principalmente no apego a rotinas pré-estabelecidas. Talvez por isso mudanças sejam tão temidas e impactantes. Não é raro ver, mesmo em companhias de projeção, funcionários e executivos que, em relação a mudanças, apresentam comportamentos dignos de um burocrata prestes a se aposentar. Reagem com ansiedade e pessimismo diante de alterações na direção da empresa, quando são convidados a rever procedimento e a discutir possibilidades e novas abordagens com colegas.
Acontece que a mudança faz parte da vida. Nosso corpo muda a todo tempo, nossas relações, a cidade em que vivemos. Por que não nosso trabalho? Sair do pequeno círculo pode nos fazer buscar formas de simplificar processos que já existem e, assim, concentrar energia nos caminhos novos. A zona de conforto – se por um lado traz (aparentemente) segurança – flerta com o tédio, a falta de iniciativa, a auto-sabotagem. A cultura de mudança é oxigênio de uma companhia: para que os sistemas funcionem bem e conjuntamente, é preciso renovar.