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E se tudo fosse música?

Seu corpo, sua família, seus amigos, sua empresa, sua vizinhança, o trânsito, a vida cotidiana, o universo…

Segundo uma antiga sabedoria hindu – “Nada Brahma”, em sânscrito – tudo é som, pois, numa lógica simplificada, som é vibração e tudo vibra.

Mas o som por si só não é necessariamente música e para que ela aconteça precisamos perceber em algum nível algum tipo de relação entre vários sons e entre som e silêncio.

Independente de gosto, temos culturalmente noção de quando a música acontece ou não e no meu entender isso se dá quando percebemos (sensorialmente ou intelectualmente) a existência de conexões.

Considere a dança como uma música que vemos e repare na conexão dos casais ou grupos dançando ou nas interações que existem no que poeticamente chamamos de dança do universo.

Admitindo que tudo seja som, então, verifique se você “ouve” música acontecendo na sua vida cotidiana, na família, na empresa, na economia, na vizinhança, entre amigos, com o meio ambiente etc.

Há relação, há conexão, há harmonia? Os “sons” colaboram uns com os outros para que a música surja? Como parte desse conjunto de sons, que tipo de música você ajuda a compor? É essa a música que você gostaria de ouvir?

Cada pessoa é um som ou um silêncio corresponsável pelo todo, desde o pequeno compasso de um breve cumprimento pessoal até o movimento inteiro do trânsito nas cidades ou a sinfonia completa das dinâmicas da natureza.

É possível criar ritmos empolgantes e belas melodias, assim como é possível desperdiçar totalmente o potencial das relações de grupo se não entendermos que para haver a música, temos que agir em conexão com o(s) outro(s) por algo que existe em comum.

Seja – admitindo um pequeno olhar – um projeto empresarial, por exemplo, seja admitindo um olhar mais consciente e amplo – a integração com toda a vida à nossa volta.

Se tudo é som, porque não transformar tudo em música?

Autor: Ronaldo dos Santos é músico, pianista, cancionista e desde 2003 se dedica à música corporal, um jeito de fazer música em grupo utilizando sons do corpo e que estimula a criatividade, a integração e a “escuta” num sentido amplo.

É diretor do grupo Batucantante, um dos coordenadores do grupo de estudos de música corporal Fritos e integrante do atual grupo de estudos de Fernando Barba e Stênio Mendes.  Atua como consultor da Cultura e Gestão.

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