Conheça cinco aspectos dessa habilidade, necessária para compreender e lidar com pessoas e essencial para desempenhar funções de gestão e liderança
No final do século passado, surgiu o conceito de inteligência emocional, referente à habilidade de lidar com pessoas e motivá-las. Habilidade presente em pessoas que obtêm sucesso em posições de liderança. Esse conceito foi amplamente popularizado por meio do best-seller Inteligência emocional (1995), do psicólogo Daniel Goleman, PhD da Universidade Harvard. Segundo Goleman, essa habilidade se caracteriza por cinco pilares:
- Autoconhecimento emocional
Seria o que nos torna “pilotos” de nossas vidas: é a capacidade de olhar pra os próprios sentimentos e ser mais crítico diante das emoções do momento – raiva e medo, por exemplo –, tendo consciência de como elas motivam muitas de nossas ações. Reconhecê-las não é tão fácil como parece, pois não raro tendemos a evitar olhar para nossos sentimentos negativos. Quer um exemplo comum? A inveja. Tendemos a reagir com raiva em algumas situações ou em relação a algumas pessoas – tal emoção pode ser motivada por um sentimento de inveja que evitamos reconhecer.
- Controle emocional
Compreende a capacidade de adequar as emoções por meio da racionalidade, mantendo-as dentro da proporção que realmente têm: a de emoções, que podem ser momentâneas. Por exemplo – esquentou a cabeça? Espere alguns, dê uma volta e retorne ao problema: a raiva que parecia incontrolável, certamente terá proporções menores alguns minutos depois. Isso é perfeitamente possível, mas para isso é preciso autoconhecimento para reconhecer e nomear as emoções que tomam conta de nossos pensamentos em alguns momentos – e que não raro não condizem com a realidade.
- Automotivação
Quantas vezes não ficamos paralisados por ansiedade, tristeza ou outro sentimento qualquer que muitas vezes nem sabemos nomear? Atire a primeira pedra quem nunca desistiu de um projeto ou demorou muito para começar por medo de errar ou de sofrer retaliações. Segundo Goleman, ser consciente em relação às próprias emoções e ao quanto elas direcionam nossas ações é requisito básico para manter nossa motivação em dia, direcionada para os objetivos, principalmente os de longo prazo. (Leia o texto sobre Autossabotagem publicado neste blog).
- Reconhecer emoções nos outros
Estamos entrando agora num domínio mais elaborado. Aprender a ler melhor as próprias emoções nos torna mais hábeis a entender as emoções alheias. Você certamente já ouviu falar em empatia, a capacidade que temos de reconhecer e muitas vezes nos envolver com as emoções do outro. Na inteligência emocional, essa habilidade é refinada: significa saber distinguir o que o outro está vivenciando e colocar as próprias competências socioemocionais em prática para ajudá-lo no processo de autoconhecimento e controle das próprias emoções.
- Lidar com emoções das outras pessoas
Estamos falando aqui de habilidades interpessoais, traço dos líderes autênticos. Significa colocar em prática o conhecimento sobre como as emoções operam para gerir as emoções de outras pessoas. Tal habilidade é essencial para trabalhar motivação das pessoas e mantê-las engajadas em um objetivo comum.
Interessou-se sobre o tema e gostaria de analisar suas habilidades de inteligência emocional? Para começar, indicamos esse teste rápido e informal divulgado pela Universidade da California em Berkeley (em inglês), que avalia a capacidade de reconhecer emoções. Você certamente vai se surpreender: greatergood.berkeley.edu/quizzes/take_quiz/ei_quiz