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Procrastinar é natural. O problema é quando deixamos nossos sonhos encerrados na gaveta da vontade pelos motivos mais irracionais: medo de falhar, falta de confiança e autocrítica excessiva. Hoje vamos analisar o hábito da procrastinação e como ele está intimamente relacionado ao perfeccionismo

Seja escrever um livro, esquematizar um novo projeto, reunir toda a equipe e fazer uma mudança em processos que já não funcionam mais. Todos nós já procrastinamos. Isso é natural, pois, como se diz, o mais difícil é começar, seja qual for o objetivo. O problema é quando deixamos nossos sonhos encerrados na gaveta da vontade pelos motivos mais irracionais: medo de falhar, falta de confiança e autocrítica excessiva são alguns exemplos. Hoje vamos analisar o hábito da procrastinação e como ele está intimamente relacionado ao perfeccionismo.

Gestores habilidosos são aqueles que lidam de forma produtiva com o próprio perfeccionismo. Vamos dar um exemplo: dois pintores são encarregados, cada um, de pintar um prédio inteiro no prazo de uma semana.  Um deles contrata ajudantes, distribui as tarefas entre eles e vai gestando todo processo, apontando o que precisa ser feito e realocando reforços aqui e ali para que nenhuma parede deixe de ser completamente pintada, considerando o tempo e os recursos que tem à mão. Já o outro pintor não confia em ajudantes e decide empreender a tarefa sozinho: começa pintando uma parede, atentando para os detalhes. Ao fim de uma semana ainda está envolvido no primeiro andar. Sente a sensação amarga de que precisa de muito tempo e de recursos sobre-humanos para executar o projeto com qualidade…

O exemplo é simples, mas retrata o comportamento de muitos gestores e colaboradores que sofrem de perfeccionismo excessivo. A psicóloga cognitiva Roz Shafran, autora do livro Overcoming perfeccionism (Vencendo o perfeccionismo, sem tradução para o português), descreve uma estratégia muito interessante que usou em uma pesquisa que fez com universitários que apresentavam traços de perfeccionismo: pediu que os jovens escrevessem dois ensaios, um com a “máxima qualidade”, outro “suficiente”. Depois ela apresentou os trabalhos a um avaliador da academia: na maioria dos casos, o trabalho “perfeito” e o trabalho “suficiente” são avaliados como similares.
Em nosso trabalho, tentamos fazer com nossos clientes aprendam a diferenciar “perfeito” de “ideal”. O ideal é o trabalho executado a partir da gestão eficiente do tempo e dos recursos disponíveis. O perfeito não existe, é inalcançável. Deixamos você com esta reflexão: antes feito do que perfeito. Só é possível consertar erros em algo que já existe.

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