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Profissionais serão valorizados pela capacidade de inovação e de aplicação dos conhecimentos em contextos diferentes do que estão habituados. Essa nova realidade colocará uma lupa sobre aqueles mais emocionalmente preparados para lidar e tirar proveito de mudanças.

Não faltam especulações de leigos e especialistas sobre como será o mercado de trabalho nas próximas décadas. Muitos concordam que haverá uma extensa popularização do home office, que será propiciada pelo avanço tecnológico – videoconferências serão a principal forma de comunicação e o corpo dos colaboradores de uma empresa independerá de barreiras geográficas. A palavra “colaborador”, aliás, merece atenção: pessoas serão recrutadas para projetos específicos, de acordo com sua capacitação, sem necessariamente constituir laços com uma companhia em específico. A informalidade será regra e não exceção – contratos de trabalho serão cada vez mais flexíveis e temporários. Pessoas serão valorizadas por seus portfólios – projetos e produções originais – em vez de empresas pelas quais passaram e funções exercidas, como ainda reza o formato tradicional de currículo. Flexibilidade desponta sem dúvida como palavra-chave para essa nova realidade.

Pessoas serão valorizadas por seus portfólios – projetos e produções originais – em vez de empresas pelas quais passaram e funções exercidas

A grande questão é: estamos preparados para esse novo contexto que demanda poder de adaptação e originalidade? Segundo o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, autor do conceito de modernidade líquida – referente à fragilidade social, econômica e mesmo dos laços afetivos nesse novo mundo marcado pelos avanços tecnológicos – a regra de ouro do século 21 será “nunca colocar os ovos numa mesma cesta”. Essa noção vai de encontro a valores profissionais muito presentes para os baby boomers e geração X (terminologias referentes aos nascidos entre meados dos anos 40 e 60 e entre 60 e 80, respectivamente), como estabilidade no trabalho e carreira linear. O modelo tradicional que prevê uma trajetória gradualmente construída em uma única ou algumas poucas empresas – no qual a ascendência hierárquica casa com o tempo cronológico de experiência – tenderá a desaparecer.  Profissionais serão valorizados pela capacidade de inovação e de aplicação dos conhecimentos em contextos diferentes do que estão habituados.

O modelo tradicional que prevê uma trajetória gradualmente construída em uma única ou algumas poucas empresas – no qual a ascendência hierárquica casa com o tempo cronológico de experiência – tenderá a desaparecer.

É interessante pensar que essa nova realidade colocará uma lupa sobre os profissionais mais emocionalmente preparados para lidar e tirar proveito dessas mudanças. Pode parecer um paradoxo para alguns imaginar que o trabalho remoto, mais vinculado à tecnologia, demandará cada vez mais habilidades sociocognitivas.  No entanto, basta pensar: uma maior autonomia e flexibilidade demandam capacidades como autogestão, colaboração, planejamento. Todas essas capacidades são aperfeiçoadas por meio de desenvolvimento socioemocional, de autoconhecimento. Não por acaso muitas pessoas já “antenadas” com as novas demandas de mercado têm procurado aperfeiçoar-se com ferramentas como coaching profissional e pessoal.

Estar preparado para o futuro demanda certa dose de reflexão e vontade de mudança. Nessas horas, a ajuda de um profissional afinado com essas novas necessidades pode fazer toda a diferença. E você, como está trabalhando suas habilidades para os novos tempos?

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