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O homem é racional, busca explicações, sentido, causas e conseqüências. Assim somos no contexto laboral dentro das corporações, no viver a vida, nos nossos planos, nas nossas relações pessoais.

O que nos esquecemos é que somos e estamos inseridos na natureza. A lógica da natureza é a lógica dos sentidos, muitas vezes as causas e as conseqüências não são tão fáceis de enxergar, por que a natureza opera na totalidade, não divide em compartimentos didáticos para o melhor entendimento.

Mas há uma lógica. A lógica da vida. Há uma sintonia de todas as coisas, uma música que temos que aprender a ouvir.

Quando falo de música não é em linguagem figurada. Existe uma freqüência que a Terra emite e que é a música do equilíbrio da vida.

O cientista alemão W.O. Schumann descobriu nos anos 50 o campo de ressonância que a terra emite. A terra pulsa a 7,83 hertz (7.83 pulsações por segundo) de forma constante, funcionando como espécie de diapasão dando o ritmo para a biosfera, condição importante para a manutenção da vida.

Essa mesma freqüência 7.83 hertz que é o ponto ótimo de equilíbrio do nosso cérebro e do nosso corpo. Quando os astronautas saem da influencia da vibração da terra há um desequilíbrio energético que é compensado por um simulador do “ronronar da terra” para que não ocorram doenças.

Cientistas recentemente provaram que existe uma relação do canto dos pássaros com a fertilidade das plantas.

Baseando-se nisso alguns agricultores utilizam a freqüência do canto dos pássaros em estufas e a produtividade conseguida já impressiona!

Isso nos faz pensar no vínculo invisível que nos envolve. Definitivamente fazemos parte de uma rede de interdependência e assim devemos pensar nossas relações.

Dentro do contexto das corporações a música que executamos pode ser simplesmente ruído.

O ruído se implanta quando há competição interna, falta de regência/liderança e desrespeito ao ritmo hierárquico.

Na música como na vida há a hierarquia dos instrumentos. Nem todos os instrumentos são feitos para ter destaque em primeiro plano.

O tambor em uma orquestra marca o tempo e dá o andamento essencial para a execução da sinfonia, mas muito raramente executa um solo.

Quando todos querem impor sua própria opinião e ninguém escuta o outro, não escutamos nem nossa própria voz.

A melodia começa a soar quando escutamos o outro. Nesse momento sabemos que o ritmo é uníssono.

Sintonia, simbiose, sinestesia, síntese… todas essas palavras vem do mesmo prefixo grego SYN que quer dizer em conjunto, juntamente.

As palavras têm a força de suscitar em nossos ouvidos e sentidos uma série de significados que nos provocam tanto reflexão quanto ação.

É uma coincidência feliz que a palavra SIM em português, o principio de afirmação, tenha o mesmo som do prefixo grego SYN usado em palavras que nos remontam à cooperação, relações de vantagens mutuas.

Fazemos parte desta SYNFONIA da natureza:

É sinestésica, uma complexa profusão de sentimentos cores,  sons, sabores, tato e odores.

É simbiótica, uma relação de mutua cooperação voltada ao sim.

É sintética, prescinde de razão, simplesmente é.

Nossa percepção é tão complexa que a razão não dá conta de tudo o que sabemos e percebemos.

Desde os anos 80 pesquisadores notaram que a terra passou a pulsar em uma freqüência maior cerca de 11 a 13 hertz. Literalmente Gaia nosso planeta mãe está com o coração sobressaltado.

Sobre o futuro, nada sabemos.

A terra está buscando um equilíbrio e de alguma forma temos que buscá-lo também, com o que temos em mãos, com nosso poder limitado tentar fazer o melhor.

Devemos afinar nossos instrumentos internos e acompanhar a sinfonia.

Toda mudança profunda, assim como toda arte transformadora começa dentro da gente.

Fiquemos com uma singela sinfonia acidental feita por homens e pássaros:

Birds on the Wires from Jarbas Agnelli on Vimeo.

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