A cultura organizacional está diretamente vinculada à percepção que o consumidor tem da identidade de uma companhia ou marca
A imagem de uma empresa advém de sua cultura organizacional. É criada de dentro para fora e, em tempos de internet, os movimentos internos de uma companhia, com seus altos e baixos, estão cada vez mais transparentes ao olhar dos clientes.
Em 2016, o grupo DMRH divulgou um levantamento sobre a reputação das grandes multinacionais que atuam no Brasil. Aproximadamente 64 mil jovens de todo o Brasil responderam a perguntas sobre empresas que admiravam e nas quais eventualmente gostariam de trabalhar. A Odebrecht, que na pesquisa anterior havia figurado na terceira posição em 2012, foi substituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), caindo para o sexto lugar no ranking.
Da mesma forma a Petrobrás, apesar de ainda manter-se em segundo lugar na boa opinião dos jovens, teve muito menos votos que nas edições anteriores do levantamento. A queda na reputação das empresas – reconhecidas pela inovação e tecnologia de ponta – foi atribuída aos escândalos de corrupção envolvendo suas lideranças, amplamente divulgados pela mídia. Falhas éticas que mancharam a imagem dessas grandes corporações e afetaram a mensagem transmitida ao público.
Esses são exemplos que evidenciam como a cultura organizacional está diretamente vinculada à percepção que o consumidor tem da identidade de uma companhia ou marca. Nesse sentido, é curioso observar como a ONU cresceu no conceito do público, o que nos leva a concluir que clientes tendem a valorizar a missão explícita pelas empresas e uma cultura organizacional aparentemente ética e transparente.
No primeiro lugar do ranking da DMRH permanece por anos seguidos o Google, empresa de inovação reconhecida pela cultura organizacional que preza o bom preparo técnico e as trocas interpessoais dos funcionários, que conseguiu firmar uma imagem de vanguarda na mente dos consumidores, com estruturas hierárquicas mais flexíveis e estímulo à autonomia dos colaboradores. Também a Natura, conhecida pelas ações em direção à sustentabilidade (e um marketing interno e externo bem construído em torno dessa cultura), também subiu no ranking, deixando para trás gigantes como a Vale.
Acreditamos que uma empresa, independentemente de suas proporções, funciona como um mecanismo biológico, com vários sistemas atuando de forma conjunta e interligada. A construção de uma cultura organizacional positiva é um processo profundo que reverbera na saúde de todos esses sistemas.
Lideranças comprometidas com a missão da companhia repassam seus valores aos funcionários e colaboradores, construindo um grande organismo que trabalha em harmonia. Esse trabalho interno se reflete exteriormente, nas mensagens que a empresa transmite ao público e assim se fixa na memória de seus clientes.