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Lideranças produtivas se sustentam sobre uma teia subjetiva de habilidades de comportamento para as quais as empresas estão começando a atentar apenas mais recentemente de forma intencional: capacidade de gerir emoções, de se relacionar, de transitar em ambientes diversos, de se comunicar, entre outras

Diploma de graduação em universidades de ponta, experiência comprovada em cargos de gestão (de preferência numa companhia conceituada), vivências no exterior. Estes talvez sejam alguns pontos que certamente valorizam um currículo, mas, ao contrário do que muitos pensam, eles há muito já não se configuram como aquele diferencial que faz sua trajetória “saltar aos olhos” de um recrutador ou da diretoria de sua empresa quando estão em busca de pessoas aptas para uma posição de liderança.

Em nossa experiência de anos desenvolvendo e aplicando programas de coaching para gestores em companhias renomadas, fomos nos aperfeiçoando em fazer “diagnósticos” das carências dessas instituições. No universo corporativo atual, é muito comum que as pessoas estejam niveladas no quesito capacidade técnica. Por exemplo: hoje quase todo mundo cursou uma universidade, correu atrás de aprender inglês, incrementou o currículo com MBA. Obviamente essa formação tradicional é importante, pois, além de capacitar, sinaliza que você é uma pessoa interessada em investir no seu aprimoramento. No entanto, diante desse nivelamento, digamos, mais objetivo, o que faz a diferença?

Nossa trajetória em coaching de gestores nos convenceu que o que faz a diferença vai muito além de fatores objetivos como “experiência”, “formação” e “cursos de extensão”. Lideranças produtivas se sustentam sobre uma teia subjetiva de habilidades de comportamento para as quais as empresas estão começando a atentar apenas mais recentemente de forma intencional: capacidade de gerir emoções, de se relacionar, de transitar em ambientes diversos, de se comunicar. Habilidades para as quais não existem exatamente cursos formais, mas que podem ser trabalhadas em programas de coaching. Investir nesse recurso é um grande indicativo de que você reconheceu e está afinado com as reais demandas não apenas do mercado, mas do mundo.

O psicólogo Howard Gardner, autor da teoria das inteligências múltiplas, descreve a inteligência como um prisma que se desmembra em várias habilidades, que se expressam de forma diferente em cada pessoa. Por exemplo, algumas pessoas se destacam no campo do raciocínio lógico, outras na linguística etc. O interessante é que, entre os prismas da inteligência abordados por Gardner, existe dois em específico que se referem, respectivamente, à capacidade de entender e de lidar com as próprias emoções e com as emoções de outras pessoas: a inteligência intrapessoal e a inteligência interpessoal. Estas são, sem dúvidas, habilidades que se destacam em pessoas que trabalham com gestão e não podem ser prescindidas.

São sobre essas “inteligências”, esses campos tão subjetivos, que nós trabalhamos. É interessante destacar como elas conversam entre si: conhecer pessoas e se empenhar na arte de gerenciá-las passa necessariamente por autoconhecimento prévio. E gerenciar pessoas envolve um pacote e tanto de capacidades: saber se comunicar com eficiência, cultivar relações produtivas entre grupos de pessoas, mediar conflitos, entre tantas outras. O que espera para começar a investir no que “não se mede” ?

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