Qual é a diferença do Coaching Psicodinâmico Breve para os demais tipos de coaching? A grande maioria dos modelos de gestão propõem um adestramento das pessoas com técnicas, processos e procedimentos.
A essência – o estilo de cada um – é resultante da história singular, do aprendizado não formal constituído nas experiências e investigações que promovemos , no brincar, nas convivências, em síntese, nas diferentes formas que assume o trabalho ao longo de nossas vidas.
O Coaching Psicodinâmico Breve favorece a explicitação de um saber que não está consciente, do estilo próprio no qual o gestor deve investir. Esta é a essência que entendemos como desenvolvimento humano.
Para saber mais sobre o Coaching Psicodinâmico Breve leia a entrevista com Edu Bastos, criador do programa e coordenador da área de coaching da Cultura e Gestão Consultoria.
1. Como surgiu o COACHING PSICODINÂMICO BREVE?
(Edu Bastos) O CPB (Coaching Psicodinâmico Breve) teve sua origem na necessidade identificada de complementar a formação permanente do gestor com uma maior implicação da sua própria subjetividade no processo. Faltava ao conjunto de competências e habilidades adquiridas na formação técnica (de fora para dentro), um estímulo ao gestor para colocar de “si mesmo” no processo, identificando um saber em sua história, saber essencial ao seu modo particular de ser gestor (de dentro para fora).
2. Em seu livro sobre o programa COACHING PSICODINÂMICO BREVE , que logo será lançado, você comenta sobre a “emancipação do sujeito”. Essa abordagem não é muito ”psicanaliltica”?
(Edu Bastos) A idéia de “emancipação do sujeito” é uma aposta que se faz na capacidade de todo ser humano de se superar quando toma contato com este saber que ele não sabe que tem. E, sim, quem nos alerta para este potencial subjetivo é a psicanálise.
3. Você comenta em seu livro “os gestores estão alienados em sua relação com o trabalho, assujeitados”. Você acha que os gestores não se responsabilizam como deveriam pela função que ocupam, é isso?
(Edu Bastos) Na verdade, em sua maioria, os gestores de nossas organizações são bastante responsáveis, no sentido moral, pelas funções que ocupam. O que talvez falte, à maioria dos gestores, é uma responsabilização no sentido de uma apropriação, de uma autoria, de se autorizar a realizar uma gestão definida por um estilo próprio e não genérico.
4. No que se diferencia o Coaching Psicodinâmico Breve de tantos outros que vemos no mercado de RH?
(Edu Bastos) A principal distinção é a especificidade da “escuta psicanalítica” que é oferecida para o gestor e que visa a fazê-lo se ouvir. No CPB o gestor ocupa o lugar de sujeito e não de objeto. É ele que trabalha, é ele que faz o coaching. O papel do coucher, a partir de sua capacidade de “escuta analítica”, é fazê-lo se ouvir e se perceber como gestor.
5. O conteúdo de seu livro sugere que os modelos de coaching, geral, vem fazendo um adestramento de gestores e o programa Coaching Psicodinâmico Breve é uma libertação disso. Como o processo proposto por você ocorre em apenas 15 encontros?
(Edu Bastos) Não se trata de desprezar as práticas inerentes ao desenvolvimento dos gestores, onde processos bastante interessantes são implementados. Entendemos que o CPB funciona como uma complementação e os 15 encontros têm se mostrado bastante eficazes em função do objetivo de oferecer uma escuta que funcione como um espelho, onde o gestor se ouve e se percebe construindo seus pensamentos.
6. Qual é o modelo de líder que os jovens talentosos gostariam de encontrar pela frente e como o programa CPB pode ajudá-los?
(Edu Bastos) O jovem talentoso poderá se considerar um afortunado se encontrar pela frente um líder facilitador. Diferente (no sentido de original), único (no sentido de singular) e que saiba reconhecer em seus subordinados os talentos que eles ainda desconhecem, dando-lhes respeito, espaço e estímulo. O CPB pressupõe que o gestor consciente de seu próprio estilo seja capaz de reconhecer e valorizar o estilo do outro.
7. A quem se destina o Coaching Psicodinâmico Breve?
(Edu Bastos) O CPB se destina a todos os profissionais, principalmente, aos que ocupam ou que venham a ocupar uma posição de gestão.
8. Porque somente profissionais da área de psicologia devem aplicar o CPB?
(Edu Bastos) Não só profissionais da Psicologia, mas também todos os outros profissionais com treino para a “escuta analítica” podem aplicar o CPB.
9. Você acha que os gestores de Recursos Humanos deveriam se formar nesse programa? O que ganhariam como gestores de pessoas?
(Edu Bastos) Sim. Ganhariam sensibilidade e uma maior compreensão da abrangência possível da formação e desenvolvimento de gestores. Aqueles com formação em Psicologia ou Psicanálise, ou seja, com habilidade no uso da “escuta analítica”, também poderiam se tornar couchers nesta modalidade.
10. Porque escolheu a Cultura e Gestão Consultoria para ser a guardiã de seu programa, já que esta a tanto tempo com ele completamente validado?
(Edu Bastos) A Cultura e Gestão é uma consultoria que valoriza, junto a seus clientes, a ética e a transparência nas ações e processos e que se caracteriza pela sua preocupação essencial com o capital humano das organizações e com o caráter mobilizador que tem, para os trabalhadores em geral, a percepção de suas próprias emoções. Sua atuação em coaching expressa seu caráter.
Autor: Edu Bastos é psicólogo, psicanalista , mestre em Administração de Empresas com ênfase em Marketing e Finanças na FEA-USP, professor universitário e consultor de empresas especialista em Trabalho e Saúde Mental. Desenvolvedor do programa CPB – Coaching Psicodinâmico Breve – e coordenador da área de coaching da Cultura e Gestão Consultoria.