Quando pensamos sobre Arte pensamos primeiramente na indústria criativa presente na nossa vida cultural e social.
Pensamos na contemplação das obras e eventos artísticos que nos fazem esquecer por algum tempo do trabalho, das metas e do desempenho profissional, permitindo até indagarmos por curiosidade sobre as mentes criativas que estariam por trás dessas Artes. São como uma brisa de ar fresco em meio aos sufocantes desafios, pressões, objetivos e estruturas cartesianas que cercam a nossa rotina de trabalho.
Mas levar a Arte para dentro das organizações parece um tanto ousado. E o que dizer de usar as Artes como ferramenta de gestão?
Eu posso dizer que é inovador, poderoso e pouco explorado pelas organizações no Brasil.
Estamos vivendo um momento de transição onde as corporações precisam de novos modelos de gestão, novas ferramentas com novos olhares. Elas necessitam de novas competências pelo simples fato de disputarem um mercado com uma nova economia baseada na experiência, na emoção, nos sentidos, no engajamento de seus consumidores, na ética e em padrões de sustentabilidade.
Ocorre porém que o desempenho profissional dos líderes, na maior parte das organizações, ainda está desconectado dessas experiências e não desenvolveu esse novo olhar.
A verdadeira viagem da descoberta não consiste em buscar novas paisagens, mas em ter novos olhos, e é isso o que a Arte faz!
Não estou falando sobre o uso de pincéis e tintas para relaxar ou fazer os executivos vivenciarem uma experiência lúdica para exercitarem a criatividade. Estou falando sobre usar a Arte como uma ferramenta de gestão estratégica e operacional que permeie toda a organização.
Renomadas escolas de administração em diferentes lugares do mundo estão incorporando as Artes em seus currículos para a educação do novo líder. Harvard, Stanford, Copenhagen, Warthon, London Business School, entre outras, estão usando as Artes como diferencial para formar gestores mais completos para a nova economia.
As Artes ajudam a operar mudanças e romper modelos mentais, ir além do superficial em busca de sentido e propósito, compreender sutilezas e combinar ideias para criar algo novo.
Por meio das Artes aprendemos a lidar com ambiguidades, praticar flexibilidade, tomar decisões e correr riscos, aprendemos a criar beleza artística e emocional, a encontrar alegria em si mesmo e suscita-la nos outros.
Eu acredito que somente estaremos prontos para os desafios da nova era quando tivermos incorporado as Artes no DNA das nossas organizações.
Parafraseando o poeta e dramaturgo alemão Bertold Brecht, “Todas as artes contribuem para a maior de todas as artes, a arte de viver.”
Autora: Wilma Bolsoni
Wilma Bolsoni é artista plástica e consultora em gestão.
Formada em Ciências da Computação na Universidade Mackenzie e em Energy Healing Science na Barbara Brennan School of Healing – FL (EUA). Fundadora do Instituto Papillon para o Desenvolvimento Humano com Arte e especialista no uso das Artes como ferramenta de gestão e transformação pessoal.
Atua como consultora da Cultura e Gestão.
Fantástico artigo! Uma visão privilegiada sobre a nova ordem! Parabéns Wilma!
Acho impressionante e incrível como a sua visão estratégica, diferenciada e inovadora permeia todas as suas ações. É um imenso prazer acompanhar este lado maravilhoso da sua personalidade! Parabéns… por mais esta iniciativa que, tenho certeza, será maravilhosa!