Compartilhar:

“As dificuldades devem ser usadas para crescer, não para desencorajar. O espírito humano cresce mais forte no conflito.” (William Ellery Channing)

Nas historias, nos filmes e na vida nos deparamos sempre com dificuldades que nos impedem de conseguir o que ansiamos.

Somos constantemente desafiados no nosso dia-a-dia a exercer performances cada vez mais eficientes.

Muitas vezes essas dificuldades são representadas não somente por circunstancias, mas também por pessoas que são referencias de obstáculo no exercício de nosso trabalho.

Joseph Campbell autor de base junguiana cujas idéias foram tema do texto Líder, o Heroi em Busca de significado publicado nesse blog, identificou esse personagem arquetípico que tem a função de dificultar a vida do herói:

São os chamados Guardiões de Limares, figuras que se interpõem entre o herói e seu o objetivo.

Os guardiões protegem as entradas dos castelos, das cavernas, as pontes etc. Em muitos momentos da jornada vamos nos deparar com essas figuras que nos forçam a parar e nos auto-avaliar até que estejamos prontos para cruzar a fronteira.

Há uma cena na clássica comedia do grupo inglês Monty Pyton que ilustra de forma muito bem humorada a figura do Guardião do Limiar.

Para atravessar a “Ponte da Morte” os cavaleiros da Távola Redonda precisam responder algumas perguntas. Nesse caso, as regras do próprio guardião se voltaram contra ele mesmo.

O que vemos como obstáculo, muitas vezes é exatamente o que necessitamos para melhorarmos. Aprendemos tanto com quem nos facilita as coisas quanto com os que nos dificulta.

Por mais que acreditamos que valores como a cooperação seja uma fonte muito melhor de eficiência nos resultados, a competição é a tônica nas corporações. Conviver nessa arena é sempre fonte de muitos conflitos.

O mundo corporativo é muito competitivo, dentro da complexidade das redes de poder dentro das corporações encontramos aliados e adversários como em qualquer aspecto de nossas vidas.

Mas, o que muitas vezes deixamos de compreender é que mesmo quem consideramos adversários pode funcionar como aliado à medida que representam um desafio e um teste para nossa própria capacidade.

O desafio é o combustível da excelência quando estamos focados nos resultados e enxergamos além das dificuldades e dos obstáculos que uma circunstância ou uma pessoa possa representar.

O que vai fazer a diferença é a nossa ação criativa, o que iremos fazer para transpor o limiar e conquistar os nossos objetivos.

Enquanto nos movemos devemos ter claro que eliminar o opositor é desperdício de energia que em nada pode ajudar. A energia gasta em tentar destruir o opositor é inútil, é um ato de medo e não de coragem.

A coragem e o crescimento vêm da preservação da força contrária em beneficio do próprio crescimento, a passagem do medo para a criatividade.

Outra reflexão que pode nos ajudar é temos a clareza de que cada um é herói de sua própria história. Se simultaneamente olharmos também pela ótica do outro, veremos que representamos para o outro um Guardião de limiar e um obstáculo.

Essa consciência pode nos ajudar a ver o outro menos como adversário e mais como um igual. Talvez possamos, a partir desse momento, propor uma relação colaborativa.

Se isso for possível podemos ter certeza de sempre haverá um acordo que beneficie a ambos.

Isso é o inicio da construção de uma cultura comum que faz com que a competição fique em segundo plano, dando lugar à cooperação que redunda no sucesso do grupo.

Vendo assim o guardião do limiar não é tão assustador e usar a sua força pode ser catalisadora de soluções criativas.

Compartilhar: