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O planeta Terra está sendo profundamente impactado por um micro-organismo quase invisível que vem mudando a vida e o comportamento de mais de 7 bilhões de pessoas. “Poucos estarão imunes aos seus efeitos” é o que se apregoa aos quatro ventos. Mas como será nosso amanhã, após tantas mudanças provocadas pela pandemia do Covid-19? Quais resultados colheremos vivendo o isolamento social, deixando de estabelecer elos com as outras pessoas, sem o toque físico, o calor de um abraço?

Filhos sem pais, pais sem filhos, famílias e amigos separados pela adversidade. Como iremos conviver com a ausência dos nossos queridos? Como viveremos nesse novo “normal” (que já é presente), no qual desviamos dos outros nas ruas, evitamos um aperto de mão ou quando nossas crianças não brincam com seus amigos?

Começando pela nova “etiqueta” Covid, já estamos sujeitos a um tipo de protocolo de condutas que estão sendo assimiladas por povos e corporações do mundo todo. Neste “manual” invisível, estão alguns comportamentos que devem ser adotados no momento, como o distanciamento entre as pessoas; o uso de máscaras e álcool gel, a limpeza constante das mãos; as reuniões virtuais e não presenciais; consultas médicas e terapêuticas online. Nos procedimentos, ainda estão a troca dos apertos de mão por “cotovelo-no-cotovelo”, “calcanhar-no-calcanhar” ou ainda uma forma inspirada no Yoga: Namastê (mãos unidas diante do peito, com a inclinação do tronco). Evitar aglomerações ou atividades que envolvam mais de 10 pessoas, saídas restritivas e/ou isolamento total para o grupo de risco também estão na lista. Portanto, nada de shows, cinema, teatro, conversas no bar, parque de diversões, piscina do clube, palestras e cursos presenciais, escolas…

Consequências da nova realidade

Na verdade, a humanidade já enfrenta grandes desafios para assimilar e se adaptar às consequências econômicas, sociais e psicológicas da nova realidade.

Convivemos com transformações drásticas no modelo econômico mundial, que está sendo repensado. Aumento da população de rua, alargamento das classes mais baixas, perda do poder aquisitivo, crescimento do desemprego. As comunidades e regiões empobrecidas se encontram sem condições mínimas de sobrevivência, diante da falta de infraestrutura de saúde e saneamento básico em muitos países. No Brasil, começamos a enxergar os “invisíveis” e perceber que o esgoto, por exemplo, só atende à metade do país. As mazelas e o descaso do poder público com os mais vulneráveis se evidenciam nas estatísticas.

No viés comportamental, estamos sendo testados em diversos quesitos: resiliência, paciência e o respeito ao outro. Somos desafiados a adotar um novo olhar, mais sustentável, a ser manifestado em uma conduta com ênfase no coletivo: um paradigma, que poderá determinar a sobrevivência da raça humana.

Pensadores de expressão mundial estão discutindo esse cenário atual. O historiador e filósofo israelense Yuval Noah Harari, por exemplo, levanta a questão da tecnologia criada para combater o Coronavírus, o que poderia levar-nos ao “melhor sistema de saúde da história”, mas que também evidencia uma nova era de vigilância cibernética e invasiva. Jared Diamond, antropólogo e historiador americano, vislumbra uma cultura de cooperação internacional, impulsionada pela ação global à crise. O filósofo italiano Franco Berardi enxerga essencialmente dois caminhos possíveis para esse futuro: um cenário de sofrimento mental generalizado, ou a redescoberta da solidariedade entre nós. Apostamos na segunda opção.

Vivemos certamente um momento que nos propõe um novo começo. Uma releitura das nossas vidas, da composição dos nossos grupos sociais, dos modelos de negócios mundiais, das relações entre os gestores e suas equipes, das crenças, hábitos e o modo de viver em sociedade.

E fica uma reflexão: Como está o seu novo “normal”?

Fontes: Site UOL e BBC News

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