O medo de errar é um sentimento recorrente no mercado de trabalho, capaz de atingir colaboradores, líderes e empreendedores dos mais variados níveis hierárquicos. Ele pode se expandir, principalmente, diante da necessidade tomada de decisões estratégicas – tanto a nível operacional, quanto em termos de gestão de pessoas.
O acúmulo de experiências no mundo dos negócios contribui para atenuar o medo de errar, mas este raramente deixa de existir completamente. Afinal, a aceleração digital impõe novos e imperativos desafios, de modo que é sempre importante estar bem preparado para lidar com inseguranças.
O lado positivo é que o avanço científico na área da Psicologia e Neurociência demonstra que é possível, sim, administrar melhor o medo de errar. Explorar suas causas representa um turning point para quem deseja ser mais estratégico em processos de negociação e tomada de decisões no dia a dia.
Siga a leitura e saiba como lidar com o medo de errar!
Medo de errar: psicologia traz insights para contorná-lo
Como no caso de qualquer fobia, o primeiro passo para contornar o medo de errar é compreender sua raíz. No livro Mindset: a Nova Psicologia do Sucesso, a professora de Psicologia da Universidade de Stanford, Carol Dweck, expõe um estudo esclarecedor no qual dois grupos de jovens foram submetidos a um teste de conhecimentos.
No primeiro grupo, os jovens que obtiveram bons resultados foram elogiados por sua capacidade intelectual. No segundo grupo, os jovens que se saíram bem receberam um elogio por seu esforço nos estudos. Em seguida, os dois grupos foram convidados a participar de um outro teste ainda mais desafiador.
Aí veio a surpresa: a maioria dos estudantes que foram elogiados pelo esforço toparam encarar um desafio maior. Já os que receberam congratulações pela capacidade intelectual rejeitaram a oportunidade. O medo de errar entrou em cena, pois os jovens que possuíam um mindset fixo não queriam perder o título de “inteligentes” ou “vencedores”.
De certo modo, o estudo demonstrou que o medo de errar muitas vezes é produto de uma busca inatingível pela perfeição, que oculta o valor do erro para o crescimento pessoal e profissional. A vontade de “chegar ao topo” sem nenhum arranhão. O que, naturalmente, é impossível para quem deseja obter grandes resultados nos negócios.
Quais dinâmicas adotar para diminuir o medo de errar no trabalho?
Saber que o medo de errar costuma ter suas raízes associadas a crenças autolimitantes ou a uma inclinação exagerada ao perfeccionismo é o primeiro passo para não deixar que ele bloqueie a tomada de decisões.
Mas como administrar melhor essa ansiedade por não cometer erros na prática – principalmente quando se trata de decisões importantes?
Abaixo, listamos três estratégias:
1. Aceite a sua vulnerabilidade
A grande verdade é que todo mundo erra em algum momento – até mesmo grandes CEOs. Em palestra no TED Talks, a pesquisadora da Universidade de Houston, Brené Brown, enfatiza que demonstrar sua vulnerabilidade é uma habilidade que gera empatia e possibilita conexões profundas entre seres humanos.
Isso diminui a dimensão de peso associada à possibilidade de errar. O que, por si só, já favorece melhores decisões.
2. Tome decisões em horários estratégicos
Um artigo publicado no The Wall Street Journal expõe que uma pessoa toma, em média, 35.000 decisões (de nível micro a macro) por dia. E, à medida que o dia avança, a qualidade das decisões é diminuída devido à chamada “fadiga de decisões”. Em síntese: o aspecto qualitativo das decisões decresce no decorrer do dia.
Para diminuir o medo de errar, certifique-se de tomar as decisões mais importantes em momentos favoráveis da rotina, após uma boa noite de sono, por exemplo. Situações de estresse e muita pressão prejudicam a capacidade de raciocínio.
3. Utilize o tempo a seu favor e analise os dados
Um dos fatores mais importantes em relação à tomada de decisões é o tempo. Se o tempo para decidir estiver a seu favor, você pode levantar diferentes hipóteses e analisar o cenário sob variadas perspectivas para, então, ser assertivo em seu posicionamento e eliminar o medo.
“Pesquisas mostraram que mesmo estudos básicos de probabilidade permitem que as pessoas façam predições de maneira mais acertada e as ajudam a evitar determinadas tendências cognitivas”, expõe Walter Frick em artigo publicado pela Harvard Business Review Brasil.
Com essas técnicas em mente, você vai perceber uma diminuição do medo e o aumento da confiança para tomar decisões.
Se você gostou dos insights reunidos nesta matéria, compartilhe com seus colegas nas redes sociais.