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Pense a autocrítica como um exame microscópico de ideias e de comportamentos que não estão funcionando. Perceba: se a lente do seu microscópio (que aqui representa sua mente, composta por razão e emoções) estiver desfocada, você não conseguirá enxergar o problema que está analisando de forma isenta: irá ampliar e dar importância demais a aspectos que não são cruciais e deixará de ver o que de fato precisa

A autocrítica é a forma mais eficaz de refletirmos sobre nossos erros e elaborarmos estratégias efetivas de mudanças. Ninguém nega a importância da autocrítica nem discorda dos efeitos desastrosos que sua ausência pode ter sobre as relações afetivas e profissionais. No entanto, pouco se fala da necessidade de equilibrá-la.

Propomos uma metáfora muito instrutiva e simples para entender a autocrítica: pense nela como um exame “microscópico” de ideias e de comportamentos que não estão funcionando. Perceba: se a lente do seu microscópio (que aqui representa sua mente, composta por razão e emoções) estiver desfocada, você não conseguirá enxergar o problema que está analisando de forma isenta: você irá ampliar e dar importância demais a aspectos que não são cruciais e deixará de ver o que de fato precisa. Entende?

Vários estudos mostram os efeitos nocivos de autocrítica em excesso.  “Pessoas excessivamente duras consigo mesmas têm mais dificuldades de encarar seus erros como aprendizado e não necessariamente apresentam melhor desempenho profissional ou acadêmico que pessoas menos rígidas em seus autojulgamentos”, diz a psicóloga Kristin Neff, professora da Universidade do Texas, especialista no tema. Segundo ela, a chave da autocrítica saudável é não misturar a noção de valor pessoal com a noção de sucesso.

Essa visão é corroborada pelo grupo de pesquisa da psicóloga americana Juliana Breines, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, que estuda a autocrítica. Segundo Breines, perceber os próprios erros de forma muita crítica é uma causa comum de procrastinação, pois nos paralisa e impede o progresso. Sim, de fato, o medo de errar é, por definição, paralisador. A pesquisadora indica, porém, maneiras de buscar a autocrítica equilibrada.

Uma delas é observar se existe a tendência em fazer generalizações negativas da realidade. “Sou incompetente”; “sempre faço isso” – esses são alguns exemplos de crenças muito improdutivas, características da rigidez de pensamento. Nesse caso, uma das sugestões de Breines é buscar feedback de pessoas de confiança, no sentido de colocar uma outra lente sobre o problema e buscar enxergar aspectos que sozinhos não conseguimos ver, de forma construtiva. Nesse ponto, podemos dizer que contar com ajuda de um programa de coaching ou de um mentor profissional pode ser de grande utilidade. Investir em autocrítica saudável é chave para, primeiro, criar consciência do próprio valor. Depois, para poder traçar metas realistas em direção ao sucesso.

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